EMRC
SINTRA, 21 e 22 de Nov. .09
““ A cidade dos homens, um labirinto de palavras à procura de sentido…”
Qual é o nosso lugar na cidade?”
CIDADE
Cidade, rumor e vaivém sem paz das ruas,
Ó vida suja, hostil, inutilmente gasta,
Saber que existe o mar e as praias nuas,
Montanhas sem nome e planícies mais vastas
Que o mais vasto desejo,
E eu estou em ti fechada e apenas vejo
Os muros e as paredes, e não vejo
Nem o crescer do mar, nem o mudar das luas.
Saber que tomas em ti a minha vida
E que arrastas pela sombra das paredes
A minha alma que fora prometida
Às ondas brancas e às florestas verdes.
( Sofia de Melo Breyner)
A amizade pela cidade e na cidade
Considerar a cidade como a nossa casa, uma casa comum, pela qual e na qual todos nós somos responsáveis. Por isso, somos chamados a aprender a viver na cidade como numa casa comum: que cada um aprenda a viver nela com gosto, com corresponsabilidade, com empenho, de modo a torná-la mais habitável, mais à medida da pessoa humana, desde as pequeninas coisas até aos grandes problemas que se vivem na cidade, por exemplo desde a responsabilidade de cada um e de cada família em manter a cidade limpa e bela, à participação na sua vida social e cultural até ao contributo que cada um de nós pode dar para ajudar a resolver os problemas da cidade, concretamente os problemas sociais.
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Um grande presidente da câmara, filósofo, teórico e poeta da cidade, G. La Pira, presidente da câmara da cidade de Florença em Itália, em 1954 escrevia este texto lindo sobre a cidade: “As cidades têm um rosto próprio têm por assim dizer uma alma e um destino próprios. Não são meros armazéns de pedra; são misteriosas habitações dos homens e mais ainda, de certo modo, misteriosas habitações de Deus”. Sim, também Deus habita nas cidades dos homens!
La Pira, capta com lucidez a relação entre a pessoa e a cidade, de modo a poder afirmar que a crise do nosso tempo pode ser definida como um desenraizamento do contexto orgânico da cidade, daquilo que dá uma harmonia orgânica à cidade. Leio-vos um pequeno texto muito interessante, que ele escreveu: “Não é verdade que a pessoa humana se realiza na cidade, se enraíza na cidade como a árvore se enraíza no solo? Que a pessoa humana se enraíza nos elementos que constituem a vida da cidade?” E exemplifica: “No templo, para a sua união com Deus e a sua vida espiritual; na casa para a sua vida de família; na oficina para a sua vida de trabalho; na escola para a sua vida intelectual; no hospital para a sua vida física saudável; nas praças para a sua vida de lazer e de convívio”.
São os lugares simbólicos que exprimem a vida espiritual, a vida familiar, a vida económica, a vida cultural, a vida convivial, social e lúdica da cidade. É isto que dá alma à cidade. Portanto, convida-nos a olhar para a cidade, não apenas como lugar onde dispomos de serviços, de estruturas que tornam cómoda e oferecem bem estar à nossa vida, mas sobretudo como lugar e espaço onde se realiza a vida dos homens nas suas várias dimensões e vertentes. Daí então esta exigência da amizade pela cidade e na cidade ( D. António Marto)
“ Estamos sem notícias de Deus”…E todavia Deus atravessa a nossa história com as peugadas silenciosas com que sempre atravessou os tempos ( Rego, António, Deus na cidade)
• O que é a cidade?
• Os grandes problemas…
• Os grandes desafios…
• Qual é o nosso lugar? Que compromissos fazemos?
1 comentário:
Boas noites.
Vi um comentário teu num blog em que falavam obre a nova geração e as morangadas e etc, e acedendo ao teu blog, tu tens 18 anos e quando fizeste um comentário a referires-te à "juventude actual" (de 2008 para 2010 não fará grande diferença) tu tinhas 17 quando fizeste esse comentário, certo? Achas que essa geração de adolescentes q foi referida tem essencialmente menos de 17 anos? E consideras que a geração de quem tenha mais ou menos a tua idade ou menos tem tendência a ter atitudes reprováveis e a não cultivar verdadeiras amizades e não terem sentimentos nobres e genuinos ao contrário de ti, essa geração "morangada" não valoriza afectos e amizades verdadeiras?
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